1. Samuel Cirnansck: apresentou uma coleção inspirada em "roupas-móveis" e deu acabamentos de almofadas e abajours para vestidos e acessórios. O resultado de toda essa inspiração veio em vestidos lindíssimos, na mulher-mesa e na mulher-divã, além de um vestido revestido com plástico siliconado e das cúpulas e lustres inteiros no topo da cabeça das modelos que acrescentam um pouco de drama ao desfile. Eu adorei os looks, são de um luxo só, além da admirável criatividade do estilista Samuel.
2. Maria Bonita: apresentou uma coleção que homenagiou a arquiteta modernista Lina Bo Bardi, criadora do espaço que abrigou o desfile (Sesc Pompéia) a Maria Bonita deu um show à parte. Os trabalhos de Lina são, na grande maioria, baseados em concreto com leveza e fez Danielle Jensen abrir seu leque de criações. A melhor parte foram os vestidos pesados e fluidos. Eles ganham recortes coloridos e o contraponto tombado entre a alça, de um lado, e a manga aberta, do outro.
3. Reinaldo Lourenço: apresentou uma coleção com peças bem trabalhadas e só aumentou o frisson em torno das criações de Reinaldo, que já é veterano em agradar seu público. Valeu a pena!
4. Maria Garcia: apresentou uma coleção derramada nas cores e formas oitentistas ou em laçarotes e pitadas girlie. Ela cria uma moda assumidamente jovem, sem medo, com a desenvoltura das meninas que cresceram mas ainda querem parecer tímidas.
5. Alexandre Herchcovitch (fem): apresentou uma coleção que trouxe o chic dos trajes típicos da Geórgia, mostrando o resultado desta viagem em mantôs curtos debruados de pele em pontas assimétricas, saias godês com barras cobertas de pedras ou paetês gigantes, golas altas para vestidos, vestidos e jaquetas. Peças menos imperiais, como bermudas e calças, Alexandre deu um jeito de transformar em trajes nobres usando renda e mais pedras coloridas.
6. Cori: apresentou uma coleção extremamente comercial e muito bem definida, acertando em cheio. As estilistas da marca inventaram menos, falaram menos, mas no fim das contas mostraram muito, muito serviço mesmo. Elas colocaram na passarela do seu inverno uma enorme quantidade de vestidos, mantôs e saias com pregas muito definidas que terminavam costuradas na bainha, criando o movimento inflado. Souberam também trabalhar as mangas criando peças movimentadas com seus volumes e cavas bem colocadas. Bonitas também eram as peças em lã de efeito degradê nos terninhos e mantôs, assim como as peças em couro fininho e macio para top e vestidos. Mais do que a modelagem, as boas cores ajudaram a dar variedade aos modelos desta coleção. Amei!
7. Fórum Tufi Duek: apresentou uma coleção que não economizou na sensualidade com peças decotadas, mas nunca justas, abusando do minimalismo, do preto e das fivelas. Para abrilhantar sua obra, trouxe a supermodel Lara Stone, que chegou causando frisson e mostrou-se linda e educada, carregando bem a responsabilidade.
Fotos: ofashionista
Encerramos aqui o resumo do segundo dia de desfile do São Paulo Fashion Week, em breve mais.
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